Cerca de 100 famílias reocuparam a fazenda Santa Maria, localizada em Ruy Barbosa, na Chapada Diamantina, na manhã deste domingo (06), com o objetivo de denunciar a improdutividade da área e agilizar o processo de desapropriação para fins de Reforma Agrária.
A ocupação é proveniente de um despejo, realizado nesta última quinta-feira (03), emitido pela justiça local.
De acordo com as famílias, o processo de reocupação foi tenso e conflituoso por conta da invasão de pistoleiros na área do acampamento, onde diversas ameaças foram realizadas obrigando os trabalhadores e trabalhadoras a desocuparem a fazenda. Como as famílias não se intimidaram, os pistoleiros saíram do acampamento afirmando que voltariam em número maior e usariam a força física para expulsa-los.
O latifúndio pertence a Nilza Passos Baleeiro, da Empresa Estância Baleeiro LTDA. A área possui mais 1,6 mil hectares e o MST realizou diversas denúncias de desmatamento e venda ilegal de madeira. Até então, os processos estão travados.
O Movimento destaca que um indício claro da improdutividade da área está do arrendamento das terras. Nilza Baleeiro arrendou a fazenda para diversas pessoas, uma delas é Rogério Valverde, “representante legal e responsável pela contratação de jagunços que estão ameaçando as famílias”.
Este já é o segundo despejo sofrido e os Sem Terra continuam resistindo. Desses processos de luta nasceu o Acampamento Olga Benário, onde a mais de dois anos produzem uma diversidade de alimentos saudáveis que estão sendo comercializados nas feiras locais.
As famílias entraram em contato com a Casa Militar para denunciar as constantes ameaças, porém não houve retorno.
Texto: Coletivo de Comunicação do MST na Bahia